Educação Sustentável com Produção e Criatividade

SÍTOPEDAGÓGICO
Educação Sustentável com Produção e Criatividade

Juliano de Paiva Riciardi
Permacultor – Arte Educador

Felizmente, a educação ambiental está tomando outro rumo! Pois educar de forma sustentável pode ser agradável e envolver um rico caminho de aprendizado. Agora na prática a idéia é simples e prazerosa, cooperar inteligentemente com as forças da natureza para criar uma existência feliz e abundante e que não degrade o planeta.

Quando o assunto é sustentabilidade, o fato da grande parte da humanidade ter o contato com a terra, pela jardinagem e a horticultura como passatempo mais popular fornece alguma indicação da relutância dos seres humanos urbanizados em esquecer por completo a sua ligação à Terra e aos seus meios básicos de produção e sustento. E para isso gastariam quem sabe, apenas uma ou duas horas por dia para manter um lindo jardim produtivo.

A proposta do experimento educativo Sítio Pedagógico reflete valores e atitudes que reconstitui categorias emergenciais para que possamos desenvolver uma cultura apta a se adaptar e sobreviver as condições dos ecossistemas, com auto-suficiência ecológica. Com uma ampla abrangência de aprendizagem o Sítio Pedagógico, não é só mais um projeto de horta escolar, mas sim um caminho criativo para a elaboração de estudos e planejamento ecológico, com uma abordagem conceitual holística e métodos oriundos da permacultura – culturas permanentes.

A permacultura vem de permanência de culturas, idéia dos australianos Bill Mollison e David Holmgreen, que compreende um programa englobante de criação de uma forma sustentável de vida no planeta, é a educação ambiental na prática; além de horticultura orgânica, implica a modelação da habitação e da paisagem (bioarquitetura e biocosntruções), a canalização e armazenamento de águas correntes, bom emprego das energias renováveis, aquacultura e o cultivo estratégico de plantas perenes (ex.florestas de alimentos).

Cuidar de um jardim, de um sítio, de um pátio pode parecer uma fraca resposta aos problemas imensos do mundo, mas é uma resposta eminentemente prática e ataca o cerne das dificuldades da população. A jardinagem é um ato de regeneração cultural, em especial se for praticada com sensibilidade, inteligência e carinho e sem o recurso a fertilizantes químicos, pesticidas e quais quer outras formas destrutivas de educação, cultura e vida sustentável.

E com adubo natural é possível criar solo saudável em vez de desperdiçá-lo. Além disso a jardinagem pedagógica traz consigo muitas alegrias: além de oferecer a satisfação da auto-suficiência, fornece exercícios físicos é terapêutico, fazendo baixar a pressão arterial e alivia o stress. Se pensarmos bem e dedicarmos algum tempo para isso, mesmo num pequeno apartamento, podemos ter um lindo jardim e em geral é possível também cultivar aí legumes e hortaliças.

Por tudo isso e mais, os permacultores estudam os ciclos da água e das energias que modelam as suas paisagens e habitações para minimizar o gasto e desperdício de energia.
Elaborar um processo cíclico de educação permanente, aberto a toda comunidade, onde a autogestão pedagógica (autopoiesis) das ações, sustentam as atividades de convívio e aprendizagem de todos com o ambiente, desenhando, planejando e criando micro-ecossistemas produtivos e geradores de conhecimento (autopoiéticos). A pedagogia se torna continua quando o experimento se desenvolve para o ciclo de avaliação, manutenção e monitoramento. A lógica é que o experimento se torna freqüente no dia a dia das pessoas envolvidas na medida que os sistemas pedagógicos são implantados (composteiras, minhocários, hortas, espirais de ervas medicinais, sementeiras, lagos, viveiros (plantas e animais) e outros.

Criar meios para que estabeleçam acordos de convivência coletivos e novos contratos de cidadania nas comunidades locais, como uma forma de compartilharmos responsabilidades sociais juntos para um adequado e melhor desenvolvimento humano e ambiental.
Através da base ÉTICA da Permacultura que é:

* CUIDAR DA TERRA

* CUIDAR DAS PESSOAS,

* COLOCAR LIMITES A PRODUÇÃO E AO CONSUMO

* COMPARTILHAR INFORMAÇÕES, DINHEIRO E TECNOLOGIAS PARA ATINGIR ESSES FINS.

Desta maneira se desenvolve um aprendizado estimulante, transformador e sustentável a longo prazo, formando laços afetivos, em redes de estudos auto-suficientes, amizades pro resto da vida, onde todos os envolvidos com o experimento podem experimentar na prática uma forma de sustentar uma cultura permanente.


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